Se eu não sou por mim, quem será? E, uma vez que sou por mim, o que sou? E, senão agora, quando? - Uma Homenagem a José Arnaldo Deutscher
Meu grande amigo, José Arnaldo Deutscher.
A notícia que eu não queria dar é que o Zé nos deixou neste último fim de semana. Um homem inteligentíssimo, probo, muito trabalhador, inovador, um homem com todas as alcunhas do mérito, que criou uma família unida, admirável e que saberá carregar seu legado para os dias que virão.
Aprendi tanta coisa com ele, mas tem uma pérola que quero compartilhar, principalmente com os mais jovens, porque eu queria ter ouvido isso quando eu tinha 22 anos e não 55. Ele adorava falar isso em hebraico para mim e dava risada quando eu tentava decorar.
“ Im ei nani li, mi li? U’k’she’ani l’atzmi, ma ani? V’imlo akhshav, eimatay? Esta frase é de Hillel, um importante sábio judeu do século I a.C.
Em livre tradução para o português diz:
Se eu não sou por mim, quem será? E, uma vez que sou por mim, o que sou? E, senão agora, quando?
Muitos o conheciam por JAD. Foi meu parceiro de primeira hora na criação da ABVCAP e na fundação da Antera Gestão de Recursos. Uma das maiores lições que ele deixou para mim é que, no trabalho, ele nunca foi velho. O cartão de visita dele era a mente brilhante e inquisitiva, que a todo momento abria uma planilha Excel e formulava a questão com seu raciocínio matemático.
Quando eu ameaçava me pensar velho, lá estava ele me dizendo que um bom raciocínio nunca envelhece. Esse homem maiúsculo, aos 64 anos de idade, resolveu fazer um doutorado na COPPE. Com mentoria do Professor Marcos Cavalcanti, ele completou o doutorado em meio a uma “molecada” afiadíssima. Isso é para poucos.
A saudade já começou forte, Zé.
Robert Edwin Binder
16/10/2025